O resgate do lúdico na era digital

Em tempos cada vez mais tecnológicos, estimular o livre brincar garante o desenvolvimento de habilidades emocionais, sociais e motoras; brinquedos educativos podem ser importantes aliados no desenvolvimento global da criança

Corre, pula, esconde... Quem convive com criança pequena sabe que eles não param um minuto, e é bom que seja assim. Pesquisas têm demonstrado, cada vez mais, que brincar é fundamental para o pleno desenvolvimento dos pequenos, especialmente em tempos digitais. “A brincadeira é a principal forma que a criança tem para se desenvolver emocionalmente, socialmente, culturalmente, além de trabalhar questões cognitivas e motoras. Ela é o cerne de todo o desenvolvimento infantil”, explica a pediatra especialista em desenvolvimento e comportamento, Dra. Fabiana Arantes.

Brincar ajuda a melhorar significativamente o desenvolvimento das crianças pequenas, principalmente quando
 falamos em treinamento do cérebro, do corpo e dos laços sociais, tão fundamentais nos tempos de hoje.

A brincadeira não é coisa boba ou supérflua como pode parecer. Afinal, é no ato de brincar que a criança reconstrói o mundo em que vive e obtém ferramentas para entender como ele funciona. Para a psicóloga Marcela Lessa, é brincando que as crianças expressam suas emoções e pensamentos. Ela explica que “através do brincar você consegue ter toda a dimensão psíquica da criança, ou seja, consegue notar se ela está saudável ou não, e como ela está lidando com as dificuldades e frustrações da vida”. Portanto, observá-las durante essas atividades pode ser bastante útil para entender como se sentem.

E não se preocupe pensando que quando se fala em brincar e/ou brinquedos se está exigindo os lançamentos do momento. A chave para o desenvolvimento da criança está no estímulo, na compreensão e no compartilhar. Tudo isso se dá de diversas maneiras, inclusive das mais simples. Montar um quebra-cabeça, rolar uma bola ou colorir um desenho não só são atividades divertidas como também trazem benefícios para o desenvolvimento físico e emocional da criançada.

Mas a verdade é que tanta energia pode deixar os pais esgotados e, buscando um pouco de tranquilidade em casa, a alternativa muitas vezes é apresentar smartphones e tablets. Para a psicóloga Marcela Lessa, o problema não está nestes aparelhos e sim no mau uso, pois quando os eletrônicos passam a ser o único estímulo, as crianças podem se tornar alheias às suas próprias emoções e sofrer com as consequências na vida adulta.

A preocupação é tamanha que entidades mundiais têm feito recomendações sobre o tempo das crianças em frente às telas, a fim de evitar problemas de saúde futuros.

Conforme estudos da Sociedade Canadense de Pediatria (CPS) e Academia Americana de Pediatria (AAP), crianças que são expostas muito cedo ao uso dos eletrônicos podem desenvolver uma série de problemas como: déficit de atenção, atrasos cognitivos, distúrbios de aprendizado, aumento de impulsividade, diminuição da habilidade de regulação própria das emoções, obesidade, problemas relacionados ao sono — o que por consequência gera problemas de crescimento —, além de uma série de problemas emocionais que vão desde depressão infantil até transtorno bipolar.

Vale ressaltar que os eletrônicos não devem ser proibidos, mas é importante restringir o uso e incentivar outras brincadeiras. “O advento da tecnologia permite ampliar o aprendizado da criança e praticar mais o que é aprendido em sala de aula. Por outro lado, o abuso dessa tecnologia traz prejuízos. Não existe tecnologia no mundo que substitua a presença real”, comenta a pediatra Dra. Fabiana.

Brincar cria vínculos

Se por um lado a brincadeira favorece o desenvolvimento infantil, ela também é capaz de criar vínculos importantes. Pessoas com relacionamentos saudáveis na vida adulta, aptas a conviver harmoniosamente em sociedade, certamente receberam estímulos afetivos durante a infância.

“A brincadeira cria muitos vínculos. Ela faz a criança entender como se portar no mundo, o que é conhecer outro ser humano, além de ensinar a compreender as diferenças”, conta Marcela Iessa. É também uma ótima oportunidade para estreitar os laços familiares. Inclusive, os pais têm um papel fundamental neste processo ao atuar como mediadores e incentivadores do imaginário infantil. Entrar na brincadeira com os filhos é um gesto de amor, capaz de proporcionar novas descobertas e momentos únicos.

Brinquedos educativos como aliados no desenvolvimento infantil

É possível aproveitar o momento de diversão para oferecer aos pequenos brincadeiras mais qualificadas que vão ajudar a potencializar o seu desenvolvimento. E, para isso, os brinquedos educativos podem ser grandes aliados.

Para a pediatra Dra. Fabiana, os chamados brinquedos educativos (ou inteligentes) são muito importantes no desenvolvimento infantil porque atendem as necessidades de cada faixa etária e ampliam o aprendizado no ato de brincar. “Eles trazem uma participação da criança na atividade, ou seja, para a brincadeira se desenvolver é necessário que a criança tenha algum tipo de raciocínio, algum tipo de aquisição motora envolvidos no processo”, explica.

Os blocos de montar, por exemplo, ajudam as crianças a estimular suas habilidades motoras, sua atenção e capacidade de raciocínio e memorização. E mesmo em um mercado tão consolidado ainda é possível inovar e surpreender os exigentes pequenos clientes.

Foi o que fez a Playou Brinquedos, de Curitiba, que apostou nesse segmento para lançar seu primeiro produto, o Soft Blocos. Os blocos da Playou, assim como os blocos tradicionais, auxiliam o aprimoramento da percepção visual e do raciocínio lógico e criatividade. Porém alguns detalhes os diferenciam, como os encaixes laterais, que ampliam as possibilidades de montagens, e o fato de as peças serem macias, mantendo as crianças seguras sem possibilidade de engolir as peças ou pisarem e se machucarem. Os Soft Blocos são grandes, coloridos e macios, além de possuírem cheirinho de Tutti-Frutti. “Todo o processo de criação dos nossos brinquedos envolve o cuidado com a segurança, design, qualidade da matéria-prima e acabamentos”, conta Luciane Finger, sócia-proprietária da empresa.

A preocupação com o conforto de toda a família se confirma por meio da qualidade dos Soft Blocos, blocos de montar que são extremamente macios e impedem que as crianças se machuquem ao apertar ou morder as peças. Por outro lado, o conceito de brinquedos inteligentes e inovadores feitos pela Playou vem do STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics), que tem enfoque na criação de brinquedos voltados à ciência, tecnologia, engenharia e matemática e, por isso, permite que as crianças pensem, interajam e se desenvolvam, buscando um universo mais amplo em ideias e inovações.

Com indicação para crianças acima de 18 meses, os Soft Blocos podem ser encontrados em lojas no Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Bahia. Também é possível adquirir as peças por meio dos principais marketplaces do Brasil.