terça-feira, 25 de março de 2025

Monga, espetáculo de Jéssica Teixeira no Festival de Curitiba, mostra o que há entre o medo e o riso

A atriz Jéssica Teixeira retorna ao Festival de Curitiba com Monga, peça que dá continuidade à sua pesquisa sobre corpos que provocam estranheza

Monga / Foto: Camila Rios 

"Você se imagina com 100 anos?".  Com esta pergunta “Monga” convida as pessoas a mergulharem em suas vidas numa busca de desatar alguns nós: quando os imaginários foram castrados e as perspectivas futuras abandonadas? Com este espetáculo, que faz parte da Mostra Lucia Camargo, a atriz, dramaturga e diretora Jéssica Teixeira retorna ao Festival de Curitiba em 2025, para mostrar a continuidade de sua pesquisa cênica. 

As apresentações serão no Teatro Paiol, nos dias 26 e 27 de março, e os ingressos estão esgotados.

Não espere, adianta a produção no texto de apresentação, mais um número da década de 80, “muito menos um teatro documental sobre as tantas mongas dos circos tradicionais do Brasil (séc XX) ou sobre o passado da mexicana Julia Pastrana (séc XIX - XX - XXI)”.  Depois de colocar seu corpo em cena no solo “E.L.A”, apresentado ano passado no Festival de Curitiba, Jéssica se arrisca a não repetir o clássico da história e se propõe a revisitar a crueza do passado sem sensacionalismos, derrubando mitos, para construir outros imaginários possíveis a partir da história de Julia Pastrana - e também para ela. 

Por meio de múltiplas ferramentas teatrais e recursos psicanalíticos, Jéssica une forças com a história de Julia Pastrana, uma mexicana que foi conhecida vulgarmente como mulher-macaco e se tornou uma das grandes inspirações para os Freak Shows. A atriz evoca os 26 anos de vida de Julia Pastrana e suas condições desumanas de trabalho em cena como bailarina, performer e cantora, e seus 153 anos após morte de exposições, ganância e sensacionalismo pelo mundo todo. 

Essas duas curvas temporais e geopolíticas dão nós poéticos e perturbadores a dramaturgia de "MONGA”. A encenação é arriscada pelo despudoramento de Jéssica Teixeira: em se assumir estranha, na vida, e, em cena, se naturalizando cada vez mais comum por ser estranha. A atriz e diretora devolve os olhares, espelhando e desnudando aqueles que assistem, trazendo à tona o gênero do terror psicológico com doses de riso nervoso e constrangimento.  Por este trabalho, Jéssica recebeu a indicação ao prêmio Shell 2024 (São Paulo) pela direção. 

A Mostra Lucia Camargo é apresentada por Petrobras, Sanepar, CAIXA e Prefeitura de Curitiba, com patrocínio de CNH Capital – New Holland, EBANX, ClearCorrect – Neodent, Viaje Paraná – Governo do Estado Paraná e Copel – Pura Energia, além do patrocínio especial da Universidade Positivo.

Festival de Curitiba

A 33ª edição do Festival de Curitiba acontece de 24 de março a 6 de abril, reunindo cerca de 350 atrações em mais de 70 espaços de Curitiba e Região Metropolitana. A programação inclui espetáculos teatrais premiados e aclamados pelo público, estreias nacionais e uma ampla diversidade de manifestações artísticas, como dança, circo, humor, música, oficinas, shows, performances e gastronomia.

Ficha Técnica:

Direção, Dramaturgia e Atuação: Jéssica Teixeira

Direção de Arte: Chico Henrique

Direção Técnica e Desenho de Luz: Jimmy Wong

Direção Vídeo/Fotografia e Operação de Câmera: Ciça Lucchesi

Direção Musical e Músico: Luma

Músico: Juliano Mendes

Preparação Corporal: Castilho

Contrarregra: Aristides Oliver

Produção: Rodrigo Fidelis - Corpo Rastreado

Realização: Catástrofe Produções e Corpo Rastreado

Difusão: Corpo a Fora e Farofa.

Serviço:

Monga

Festival de Curitiba - Mostra Lucia Camargo

Local: Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/n)

Data: 26 e 27/03/2025 às 20h30

Valores:  ingressos esgotados

Duração: 80’

Classificação: 18 anos. Verifique a classificação indicativa e orientações de cada espetáculo. Confira também descontos especiais para colaboradores de empresas apoiadoras, clubes de desconto e associações.

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